segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Hitchcock revisited (III)


Para fechar esta minha vertigem por Hitchcock, encerro a trilogia de postagens de recriação de cartazes dos filmes do velho mestre do suspense com Psycho. A assinatura da obra volta a ser de Laz Marquez.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Hitchcock revisited (II)


Ando meio obcecado pela cinematografia de Hitchcock e pelo trabalho de recriação dos cartazes dos seus filmes. Agora sugiro um novo olhar sobre Vertigo, uma vez mais por Laz Marquez. A vertigem, sempre a vertigem...

sábado, 29 de janeiro de 2011

Hitchcock revisited (I)


Ainda a propósito de filmes (ver post de ontem), deixo aqui uma magnífica recriação do cartaz de The Birds, de Alfred Hitchcock. O seu autor é Laz Marquez, um forward thinking designer de excelência. Brilhante!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

500 All-Time Classics!


A última edição da revista The Empire apresenta os 500 melhores filmes de sempre. E eu, que sempre gostei de tops deste género, vou ser freguês. Há ainda a curiosidade dos leitores da revista poderem escolher entre 100 capas disponíveis, que poderão espreitar aqui. A que mais gostaria de ter é a que ilustra este post, embora haja muitas outras igualmente apetecíveis.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Barcelona (IV)

Ao descer uma das torres da Sagrada Família, de Gaudi, lembrei-me de Vertigo. Esta foto é, portanto, uma rememoração fílmica, e uma homenagem simples a um excelente filme, tão mal amado no seu tempo. Arquitetura e cinema são artes maiores, como sabemos. A fotografia também. A fotografia em abstrato, como ideia, claro está. Não a minha, a que encima este texto. A famosa e eternamente inacabada obra do arquiteto catalão é das melhores recordações de Barcelona.

* a minha mulher, que me acompanhou nesta descida, sofre do mesmo mal de John 'Scottie' Ferguson, a personagem interpretada por James Stewart, em Vertigo.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Moda Primavera / Verão


Nem sequer é saudável pensar já no verão que ainda demora, mas reconforta-me saber que a minha moda primavera / verão pode passar por coisas deste tipo.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Metropolis Symphony

Nunca me rendi à música clássica. Sei pouco sobre os seus maiores autores, sobre as suas grandes obras. Um dia mais tarde lá chegarei, talvez. No entanto, uma ou outra composição, uma ou outra peça vão entrando nos meus ouvidos pouco acostumados a uma linguagem que permanece, grosso modo, estranha aos meus sentidos. Vou também percebendo a vantagem de associar à música clássica imagens que conheço e aprecio desde sempre, como é o caso, por exemplo, dos livros de BD. Refiro-me, concretamente, ao Super Homem, herói quase impossível de não ser nosso no tempo em que éramos mais novos e puros. Agora, numa idade bem mais madura (mas não totalmente, há que frisar), vou ouvindo, insistentemente, Metropolis Symphony, de Michael Daugherty. Nos seus 42:36 minutos de extensão, imagens de som e animação povoam-me a cabeça, e vou sorrindo interiormente, triunfante, por começar a perceber que tudo o que vou ouvindo faz sentido, e que o meu herói de outrora tem um soundscape que lhe fica muito bem.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Barcelona (II)

Mais de 15 anos passados, é bom voltar para rever formas e cores que tão bem conheço e amo. A arte de Miró permanece intacta, perante o meu olhar febrilmente infantil. Ainda hoje acho que há nuvens e traços de nuvens no céu que são obra do seu pincel.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Ontem sonhei contigo


Ontem sonhei contigo. Trato-te por tu, porque no sonho quebrámos as barreiras que existem no formalismo que geralmente ocorre entre pessoas que não se conhecem. Mas nós já nos conhecemos há muito, mesmo sem sonhos à mistura. Neste sonho não me cantaste qualquer canção, talvez por não haver playbacks oníricos. Sorrias apenas, nessa pose baiana e jovem, e de flores no cabelo. Tens Graça, Maria. Tens encanto. No dia em que sonhei contigo, a noite estava estrelada. E assim permaneceu, mesmo quando o sol se espreguiçou, abriu os olhos e apareceu.

* Gal Costa (na fotografia)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Poema

Ainda há tempo
de beber um último trago
do amargo que ficou

Não se mede a amargura
pelo sabor do presente
mas pelo doce que findou

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Barcelona (I)

Os pormenores fazem sempre a diferença. O Hotel Denit (Carrier d'Estruc, Barcelona) faz uso de pequenos mimos que não me deixaram indiferente. Espalhados pelas salas, corredores e quartos de todos os andares, pequenas maravilhas como a que a foto ilustra surgiam ao olhar mais atento. Esta é apenas uma amostra do que digo, entre outras que aqui irei incluir. Se alguma vez voltar a Barcelona, não terei dúvidas onde ficar.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Poema

Alguma coisa há-de ficar
por arrumar na vida

Um dia perdido
uma camisa não estendida

Talvez a nudez dos dias
por estrear

Ou um simples gesto imperfeito
antes de tudo terminar

Uma coisa parece certa
enquanto se vive a manhã fria

É que por arrumar na vida
alguma coisa há-de ficar

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Fnac.es

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Obrigatório, em cada passeio: um livro, um cd, um filme, pelo menos.

E é tão perto do Hotel...


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011


Visitarei hoje, pela segunda, vez a Fundação Miró. E mais do que nos sonhos, a realidade terá a cor que soubermos ver.

domingo, 16 de janeiro de 2011

"Que mistério tem Clarice"

Este é um livro que quero muito ler. A biografia da sempre misteriosa e enigmática Clarice Lispector, de Benjamin Moser, é uma obra a não perder, segundo a crítica. Será, também o creio. Não tenho dúvidas nenhumas, aliás. Clarice disse um dia: "A liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome." E isso já vale uma vida.

* o título deste post é um verso da canção Clarice (de Caetano Veloso e Capinam), cuja letra nenhuma relação tem com Clarice Lispector.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Já não falta muito

- Bon dia.
- Bon dia, com va això?
- Tot bé, gràcies. Porta'm al Hotel Denit, si us plau.
- Ok, doncs anem.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Obediências...

"She calls my name and I come running"

(ou como o coração é um atleta sentimental)

* o verso a bold pertence à canção The Shining of Things, de David Sylvian.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Amigos livros

O Senhor Stein lia, obstinadamente, o mesmo livro há já vários anos. Já quase sabia de cor todos os parágrafos, todos os diálogos, todas as linhas do texto. A cada leitura, mesmo assim, o espanto da novidade. Esse facto não deixou indiferente os seus (poucos) amigos, pelo que a pergunta se colocou um dia, naturalmente. Por que razão o mesmo livro como companhia? A resposta, claro está, veio pronta, embora enigmática:
- Tenho poucos livros, meu amigo, e ainda menos amigos.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Já muito cá de casa...

As novas vozes femininas da Música Popular Brasileira são muitas e boas. A tradição é longa e tem uma história excepcional, como se sabe. E mais do que sentir que estas (e tantas outras) poderão ser as Bethânias, as Gal, as Elis, as Adrianas e as Marisas do futuro, a ideia que fica é que esse tempo longínquo é já presente. Elas já brilham, e já fascinam. Este post é a minha homenagem a esses novos nomes da MPB.

Maria Gadú

Começo por Maria Gadú, voz um pouco arrastada e rouca, de grande poder interpretativo, compositora de sucesso, que acaba o ano de 2010 com uma inesperada turné com Caetano Veloso. O futuro ser-lhe-á risonho, seguramente. Um disco de estúdio e um registo ao vivo são as credenciais que até agora mostrou.

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Sílvia Machete


Outra novata no mundo das canções, um pouco herdeira de alguns dos maneirismos tropicalistas, é Silvia Machete. Compositora e intérprete, mulher de dotes circenses bem visíveis nos shows que dá, Silvia Machete é um nome a fixar. Para já, dois discos de estúdio e um ao vivo são os seus trunfos. E também uma atitude interpretativa e de palco superlativas, que sempre ajudam... E é, como se vê, lindíssima!


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Tiê


Tiê é senhora de maior quietude sonora, intimista, uma serena e bela voz, a que se ouve em Sweet Jardim, o seu disco até ao momento. Ouvir Assinado Eu, canção maior do seu trabalho de estreia, é um regalo para os ouvidos. Obrigatória, esta novíssima Tiê.

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Nina Becker

Já com algum caminho percorrido, embora não em nome próprio, Nina Becker lançou dois discos (Azul e Vermelho) no passado ano. Sem receio de experimentar, de inovar, Nina Becker não pode ser considerada apenas mais uma voz, das muitas que todos os dias vão aparecendo no Brasil. Pelo que já mostrou, e também pelo que vinha mostrando na maravilhosa Orquestra Imperial, Nina é mais um nome de futuro.

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Karina Buhr


Karina Buhr é outro dos novos nomes a ter em conta. Talvez a mais indie de todas, Karina é uma compositora e intérprete com postura firme, canções que precisam ser escutadas com tempo e rigor. E assim, todas estas novas estrelas da MPB serão, mais cedo ou mais tarde, as grandes figuras artísticas do outro lado do atlântico, sem margem para dúvidas.

A todos estes nomes poderíamos juntar ainda outros, como Mariana Aydar, Roberta Sá, Céu, ou Cris Aflalo, por exemplo. A MPB não pára! Felizmente.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Metafísica dos corpos lembrados antes da memória

Falta dizer-te
que o fim de tarde
tem a cor dos teus cabelos
ondulados e belos
como a brisa que se vê
dourar-te a pele
e os teus poros
salientes de desejo

Falta dizer-te
que o que vejo
não é só o corpo nu
que estendes sobre o meu

Falta dizer-te
que mesmo que venha a noite
(e as trevas que virão
depois do tempo)
nada do que amei
desapareceu

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O que és também eu sou

Porque te escondes assim
tão nítida e constante
por detrás do olhar
e do tempo que morreu

Não te escondas mais de mim
que sou apenas
o que sou

E tu bem sabes
que o que és
também sou eu

domingo, 9 de janeiro de 2011

Dream Diary


Já se conhece a capa e o alinhamento de um dos mais esperados lançamentos discográficos deste ano. Falo-vos de Dream Diary, do meu adorado Jeremy Jay. Inicialmente previsto para 2010 (fazendo assim companhia ao maravilhoso Splash), acabou por ser empurrado para 12 de abril deste ano. A canção Shayla (de Eat To The Beat, dos Blondie) merece aqui uma cover de Jeremy Jay. Não é a primeira vez que uma canção dos Blondie aparece nos trabalhos de Jeremy (Angels On The Balcony, de Autoamerican, surge no seu ep Airwalker). Já a ouvi, e embora não tenha a força e o encanto da versão original, parece-me muito bem conseguida. Eis o alinhamento das 13 canções de Dream Diary:

1. "Out on the Highway"
2. "Caught in a Whirl"
3. "By the Rivers Edge"
4. "Secret Sounds"
5. "In The Times"
6. "Shayla"
7. "The Days of Casting Clouds Away"
8. "Its just a Walk in the Park"
9. "Our only Lite's a Flashlite"
10. "Whispers of the Heart"
11. "The Dream Diary Kids"
12. "Wild Orchids"
13. "The Man on the Mountain"

sábado, 8 de janeiro de 2011

Lobão (a vida nem sempre é doce, não)


Ora aqui está um livro que adoraria ler, o que não será fácil, uma vez que não se vende nas nossas livrarias e locais afins. Lobão é um nome incontornável na música brasileira das últimas décadas, nem sempre pelas melhores razões. Não é, pelo menos para mim, um músico excepcional. Longe disso, até. Dele tenho apenas A Vida É Doce (de que gosto bastante), registo que marca um período importante na distribuição discográfica brasileira, uma vez que foi lançado nas bancas de rua, numerado e em número relativamente reduzido. As suas desavenças com a crítica, com a imprensa, com alguns músicos (sendo Caetano Veloso um alvo preferencial), a sua relação com a droga farão, certamente, deste Lobão uma óptima leitura. Terei de esperar que mo tragam do Brasil, e isso pode demorar uma eternidade de meses. A capa, como se vê na fotografia, é um bom indício do que as páginas deverão guardar: um livro duro, directo, sem rodeios. Dever ser bom, este Lobão.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Uma questão de equidade comportamental

O Senhor Stein pensou que talvez o melhor fosse sentar-se, acalmar-se um pouco, depois de tamanha inquietação. Como poderia ele prever o que acabara de assistir? Nunca sequer imaginara possível vislumbrar tão nitidamente a nudez inesperada da sua vizinha da frente, por entre a transparência quase imaculada da janela do seu quarto de dormir. Não desviou o olhar do corpo que se despia, embora pudesse tê-lo feito. A vizinha de nada se apercebeu, o que deixou o Senhor Stein com a sensação incómoda de ser um crápula, um ser ignóbil e amoral. Assim, para se redimir, de alguma maneira, do seu comportamento reprovável, resolveu abrir a janela da sala onde se encontrava, e despir-se também.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O maior poeta

O Senhor Stein há muito que desejava escrever um poema. Imaginou, certo dia, o local ideal onde aconteceria a escrita do tão desejado texto: uma floresta quase virgem, um regato a transbordar de sons e água, um leve piar indefinido, mas de pássaro apaixonado, certamente. Encantou-se com o cenário e tentou fotografá-lo com o olhar. Depois, inspirou fundo, e sentiu-se o maior poeta do seu tempo.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Poema

Há livros que se folheiam por dentro
até sermos
palavras
simples como
sol sombra ou coração

Há livros que nos adoptam
ao ponto da união
entre o que é dele
e o que é nosso

Há tantos livros cá dentro
que já não sei
se a eles me dei
ou se a eles pertenço

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Poema

Hoje derrotei o silêncio
com o silêncio
dos meus gestos

Há instantes assim
inconstantes
e complexos

sábado, 1 de janeiro de 2011